Nervos de pé


Mais uma vez tiraste o dia pr'a aborrecer-me
afasta essa mão da minha
ficas na sala que eu vou p'ra cozinha

Tenho a tarte ao forno
ponho o avental
bebo de copo cheio e entorno
limpo uma mancha de vinho no chão

Não dormi nada esta noite
estava com tesão
os rolos no cabelo e o teu ressonar
estavam-me a incomodar

levantei-me e puz-me a fumar
merda dos pratos sujos para lavar
4 da manhã e tinha de levantar
correr atrás do autocarro para ir trabalhar

Mais uma vez tiras-te o dia pra aborrecer-me
o teus abraços tornaram-se embaraços
mas não fui capaz de dizer-te pr'a te pores a andar
fui cozer-te as meias passar a ferro os laços

O pó dos livros passo o espanador
quem me dera sugar-te com o aspirador
E conseguir tocar-me com algum ardor
Os teus fundos e ouros colocar no penhor

Prego a fundo no carro
Vou para debaixo de um chaparro
Aguá fresca da ribeira deito-me na esteira
Um cokctail bem mixado e eis que miro um gajo relaxado

Mais uma vez acho que tiraste o dia pra aborrecer-me
A tua cabeça desliza no portão
e aposto que entras em casa
sem colocares a questão da vida a dois ou talvez não

A minha boca não se abre
È tudo o raio da confusão
deixo-te tocar-me as mamas por mera comiseração
quando falas por mim sorrio com atenção


O leite do pequeno ferveu mas azedou
Estás sentado a ler o jornal
Tenho todos os sentidos a dizer: isto vai acabar mal
E o dia ainda agora terminou

Pé , o cheiro dos teus.., a tua camisa cor de.., de Pé, o teu riso, as tuas piadas de..., Nervos, o jeito do teu cabelo, a tua maneira de andar na.. de Nervos, e coças a cabeça do lado direito, o feitio do teu nariz, Pé de, adormeces com uma perna debaixo da almofada, Nervos de, o teu pequeno-almoço de cereais, a tua pele gordurosa, olhos semi-cerrados olhando a.., Pé de Nervos, a panela de água a ferver, um raio de sol na janela, a tua nuca a baixar-se á procura de.., levantas-te e arrastas os pés, o tacão fino do sapato, viras-te e começas a falar comigo, a panela ficou vazia, Nervos, o vapor sobe pelas paredes, as tuas mãos bracejam para que não..o sapato ficou sem tacão, de Pé, a campainha toca em vão, agarram-me para que não.. ao Pé, fica longe o lugar, o chão está cheio de buracos, a janela é tão pequena e alta e eu tenho um pássaro na mão, Nervos e Pé, mijo por um postigo, e andar nem consigo, mas estou em pé, Nirvana sana oh oh ao pé, do nervo por minha gana, ah oh, por fé?, como papas de lama, sopé de montanha, oh ah,oh, ah, Nervos
por ser tirana, e a minha ama?Quero FAMA